Inicialmente composta como uma letra de música para uma banda de rock de Nova Friburgo, examina através da crítica social O caso de um jovem da pereferia do Rio de Janeiro, que aguardava a condução de madrugada para voltar ao lar e foi espancado por um grupo de "Pitboys" na zona sul. A violência, o descaso público com estes fatos até então designados como "fatos isolados", mas tão corriqueiros no nosso cotidiano e seus desdobramentos renderam estes humildes versos que apresento.
Corações e Mentes
O dia nasceu e uma mãe chora lágrimas de dor,
Com seu coração pesado em nuvens de terror,
Pelo seu filho que se foi e não vai mais voltar
Se ele era apenas um pobre trabalhador ninguém saberá.
Não! Não saiu nas primeiras páginas de jornais...
Este caso não é novidade aqui na cidade,
Este caso não tocou os corações nacionais,
Não houve sequer mais lamentos da sociedade...
Num imaginário vigiado de corações e mentes dominados
Não há sequer tempo para se pensar...
Tudo é tão normal, tão normal...
Corações e mentes indecentes
Já não sabem pensar numa solução
Que ao menos possa amenizar
As lágrimas de um simples coração
A fraqueza se encontra na alma daquele que é incapaz de amar,
Privilégio dos fortes que se identificam com a dor alheia,
Mas não há a quem perdoar...ninguém viu...
Fora ele mais um cadáver-civil nas estatísticas deste Brasil.
(Christian Corrêa de Araujo)
Muito legal Christian! Lembrei de algumas outras canções quando li o seu poema: Meu Guri, Brejo da Cruz. O tempo passa e infelizmente a temática é a mesma... Abs
ResponderExcluirSilvana
Lindo texto, Christian! Parabéns pela linguagem poética, a despeito da tão dura temática.
ResponderExcluirContinue a nos proporcionar esses deleites.
abç
Márcia